O CENTRO HISTÓRICO DE ITABORAÍ

 

 Por William Mendonça

O Centro Histórico de Itaboraí tem os principais itens do patrimônio histórico e arquitetônico localizados no entorno da Praça Marechal Floriano Peixoto. Um conjunto arquitetônico, formado por alguns prédios representativos do período colonial brasileiro e outros do início do primeiro reinado, é um belo atrativo para o visitante. Por ter mantido muito de suas características originais, através de tombamentos feitos pelo IPHAN, o INEPAC e pelo próprio município, o Centro Histórico já foi utilizado várias vezes como locação para gravação de novelas e filmes. Com sua origem remontando ao século XVI e à criação da extinta Vila de Santo Antônio de Sá, Itaboraí é reconhecida como Cidade Histórica pelo IPHAN.



Igreja Matriz de São João Batista


       Tombada pelo Iphan em 1970.  Sua origem remonta há mais de trezentos anos. Segundo tradição oral, uma capela de pau-a-pique foi construída na praça onde atualmente se localiza a Igreja Matriz de São João. Posteriormente, ato régio da coroa portuguesa elevou o chamado “curato de Itaborahy” à classe de paróquia. Para tanto, um novo templo começou a ser erguido em 1672. Construção característica do século XVIII, foi reconstruída entre 1725 e 1742 e passou por nova reforma no período de 1767 a 1782. Na fachada, destacam-se duas janelas e uma torre única. Interiormente, quem cativa o olhar são bens móveis integrados, como peças originais do século XVIII, castiçais, pratarias e o retábulo do altar-mor. Sucessivas intervenções, ao longo dos séculos posteriores, aproximaram o monumento do aspecto que apresenta hoje.





Casa da Ópera (Atual Teatro Municipal João Caetano)


Localizado no mesmo lugar do original, o Teatro Municipal João Caetano foi o primeiro no Brasil a receber o nome do prestigiado ator, diretor e produtor teatral itaboraiense, maior nome das artes cênicas no século XIX no país. O prédio original, construído pelo Coronel João Hilário de Menezes, foi inaugurado em 24 de abril de 1827, quando estrou João Caetano. Ao longo de mais de um século e meio, teve sua fachada alterada por várias reformas. Abrigou peças, concertos e eventos ao longo dos anos. Perdendo seu uso e mal conservado, o teatro original ficou em estado de ruínas, sendo demolido pela Prefeitura em 1974. O novo teatro foi erguido a partir de 1984 pela Prefeitura e chegou a funcionar entre 1993 e 2013, sem nunca ter sido plenamente concluído. Encontra-se fechado desde então.


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Casa da Câmara e Cadeia (Atual Câmara Municipal de Vereadores


Tombada pelo INEPAC em 1979, a Casa de Câmara e Cadeia foi construída na terceira década do século XIX, para abrigar o governo da recém-emancipada Vila de São João Batista de Itaboraí. É projeto do engenheiro Júlio Frederico Koëler, autor de diversos edifícios na capital e no interior da antiga província do Rio de Janeiro. De arquitetura compacta com linguagem neoclássica, tanto a fachada como a distribuição interna dos compartimentos valorizam a simetria e a simplicidade. A escada interna disposta no eixo da composição proporciona uma circulação central nos dois pavimentos. Entre 1962 e o final da década de 1990 serviu também como sede da Prefeitura. Foi ocupado pelo Legislativo até 2016, e pelo Centro de Memória de Itaboraí. 




Palacete de Joaquim José Rodrigues Torres, Visconde de Itaboraí (atual prefeitura Municipal). 


Típica residência apalacetada dos fins do século XVIII e início do XIX, construída provavelmente entre 1803 e 1810, foi, segundo o inventário da FUNDREM, a residência do Visconde de Itaboraí - o primeiro presidente da Província do Rio de Janeiro e ministro por dez vezes - e servia de hospedagem para a Família Real quando em visita a Itaboraí. Tombada como Patrimônio Histórico Nacional em 1964, foi desapropriada e declarada de utilidade pública pela Prefeitura em 1966, passando a ser utilizada como casa de caridade. Dois anos depois, o prédio sofre um incêndio, ficando em estado de ruínas, sendo doado então ao Governo Estadual, que nele realiza obras de reconstrução, adaptando-o internamente ao seu novo uso como Fórum, cuja inauguração se deu em 1974. Posteriormente, com a inauguração do novo Fórum, no bairro Nancylândia, o antigo palacete passou a ser ocupado pela Prefeitura Municipal como sua sede administrativa.



Igreja de Nosso Senhor do Bonfim


Recentemente reformada, a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim fica no setor mais antigo de Itaboraí. Foi implantada na parte mais alta de um terreno, na esquina da Rua do Bonfim com a Rua João Caetano. De aspecto imponente, muito destacado diante do casario térreo que ficava no entorno, a igreja teve sua origem no século XVIII. Sua fachada tem aspecto típico de igrejas jesuítas, com o frontão triangular. Havia uma capela da Irmandade do Santíssimo, anexa ao local, em 1742. Entre 1790 e 1800, o prédio foi restaurado e ampliado. Sua escada frontal original foi substituída por um acesso lateral e a presença de um muro de arrimo que chega quase até a porta da igreja. Também houve mudanças significativas no casario próximo. Tem a fachada protegida pelo patrimônio histórico municipal.




Loja  Maçônica Concórdia Segunda nº 10


O prédio da Loja Maçônica Concórdia Segunda nº 10, na Rua do Bonfim, no Centro Histórico de Itaboraí, tem fachada típica do período neoclássico, em que se destacam o frontão triangular de grandes proporções e a simetria entre os elementos. A fundação da Loja é datada em 26 de maio de 1833, poucos dias após a criação da Vila de Itaboraí. É a mais antiga agremiação de gênero ainda existente em Itaboraí. Entre 1844 e 1850 foi construído o prédio para abrigar a agremiação. Depois de mais de três décadas transferida para Rio Bonito, a loja maçônica retornou para Itaboraí em 1946, reconstruindo-se a sede no mesmo local e se aproveitando o pouco que restava do prédio original, na época: a fachada principal, tombada pelo município a partir de 1998.



Fonte da Carioca


A história da Fonte da Carioca remonta ao século XVII. A fonte original ficava no alto da colina, onde posteriormente foi erguida a igreja matriz de São João Batista de Itaboraí, e era um ponto de parada para os tropeiros que transitavam por esta estrada no século XVII. No entanto, a Fonte da Carioca, nas condições em que a conhecemos atualmente, foi construída por ordem da Câmara Municipal da Vila de São João Batista de Itaboraí, entre 1845 e 1858 e foi durante muitos anos a principal forma de abastecimento de água potável da região. O local foi utilizado para apresentações e eventos especialmente nos anos 1980 e 1990, quando a Fonte da Carioca abrigou atividades culturais e de lazer, com destaque para a participação de estudantes e o espaço para artistas locais.



POSTADO POR CASA DE CULTURA HELOÍSA ALBERTO TORRES 

MARCADORES: DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO IMATERIAL E DIFUSÃO CULTURAL

 

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