Com o objetivo de residir em Itaboraí e criar na cidade natal de seu pai, o jurista e político Alberto Torres, um centro cultural em sua homenagem, as irmãs Heloísa e Maria Alberto Torres realizam uma ampla reforma no Casarão recém-adquirido, pois segundo elas: "o prédio de construção sólida, como as boas construções do fim do século XVIII, não tem condições de habitabilidade (Inexistência de cozinha, de banheiros e outras comodidades)".

Concluídas as obras que duraram quase quatro anos, Heloísa e "Marieta", como era conhecida, passam a colocar em prática o seu principal objetivo que era o de transformar o sobrado em Centro Cultural, a partir do acervo bibliográfico, documental e mobiliário pertencente à família. Quanto a este propósito, assim escreveram na mesma petição:

"Descendentes de cinco gerações de itaboraienses, esperam as proprietárias poder mudar-se para essa casa, onde passarão a residir. Estão convocando todos os demais descendentes de itaboraienses ilustres para criarem, no Município, um Centro Cultural a que pretendem consagrar os seus restantes anos de vida legando, por sua morte, ao referido centro todos, embora modestos, bens que possuem."

Para concluir esse objetivo, as irmãs Alberto Torres começaram as tratativas para a doação do prédio e seu acervo ao patrimônio histórico nacional. Heloísa faleceu em 1977 e a tarefa foi concluída por Marieta. Conforme o ato de doação do antigo casarão, feito em 1981 por Maria Alberto Torres, atendendo ao desejo comum também da irmã, o local e seu acervo passariam a pertencer à Fundação Pró-Memória, ou seja, ao IPHAN – isto, de fato ocorreu em 1985, quando da morte de Marieta.

Durante alguns anos, o casarão permaneceu fechado, até a Prefeitura de Itaboraí, autorizada pelo IPHAN, ocupar o local com seu respectivo órgão de cultura. Isto permitiu que tanto as dependências quanto o importante acervo mobiliário, bibliográfico e artístico das irmãs Alberto Torres recebessem a atenção merecida. Em 1995 foi concluído o primeiro trabalho de reforma completa do casarão.

A Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres recebe hoje visitação em todas as suas dependências, inclusive com acesso a parte do acervo bibliográfico, composto principalmente por obras de antropologia, sociologia e política. O acervo de móveis, em sua maioria remanescentes do período colonial brasileiro, constitui-se também numa atração para os visitantes. O destaque é para a coleção de oratórios, com diversas imagens religiosas de santos católicos.


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